sexta-feira, 9 de março de 2018

Tempestade

Coragem é como sair do quebra-mar e enfrentar o mar aberto sem saber se o barco persiste ou afunda.
Viver no quebra-mar e toda vez que um barco avança, pular barco a fora e nadar de volta para a praia.
Quantas fugas mais serão dependerá do quão forte e seguro o barco se mostra.
Se vacila na primeira onda, será que afunda? Se bater numa pedra e se quebrar? E se pertencer a outro?
São tantos "ses" e a cada "se" negado é uma dúvida a mais.


Coragem não pede "se". Coragem é dizer Sim mesmo sem a certeza da vitória.
Muitas vezes remará sozinho pois seu Sim só pode ser dito por si mesmo e precisa-se mais que coragem para dividir o barco e suas turbulências com outro marinheiro.
Mas, se Sim é demais, te bastará o "se" do quebra-mar.


















Quadro de Marcelo Bresciani - 

Tempestade em alto mar

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

GRATIDÃO

Hoje eu resolvi apenas falar. Desabafar sobre os meus sentimentos. Decidi que guardar não é melhor que falar, mesmo que para o papel, ou para o teclado, solto aqui hoje meus anseios, meus medos e também, como não pode faltar, meus desejos.
Como me senti só este ano. Como foi difícil superar a perda de algo que eu talvez nem quisesse mais. Foi mais difícil superar o ego de não ter poder sobre aquilo do que o fato concreto de 'perder'.
Mas depois que eu 'perdi' e superei isso, sem a massagem de ego que nós tanto precisamos, olhando a realidade do que era minha vida, percebi o quanto não me faz falta aquilo. Como se fosse a abstinência de uma droga que depois de não usar mais dela, você perceba que é muito mais forte e mais feliz sem.
Hoje sou grata pelo que me aconteceu. Sou grata por tudo de novo que eu pude viver depois de me soltar das minhas próprias amarras de dor, tristeza infundada e sofrimento gratuito. Sofrer por esporte não é mais uma opção.
Apesar de nem tudo ser como queremos, muitas coisas boas aconteceram pra mim, de situações inusitadas que jamais pensaria que pudessem me trazer tantos momentos de felicidade.
Sou grata por ter, hoje na mente, um pensamento pulsante em não apenas existir. É preciso SER. Se for possível, TER e, se me permitirem, AMAR.
Com a verdadeira intensidade que se pode amar! Com a ternura doce da qual se alimenta esse mesmo amor.





terça-feira, 28 de novembro de 2017

AMOR ETEREO

Não diga nada, deixei me beijá-lo!
Saber seu gosto, sentir seu perfume...
Qual grande ópera faremos ambos?
Quiçá, jamais espere os aplausos da Vênus de Milo
Ou o olhar da Monalisa a nos aprovar ao nosso mundo ardente
Estou só. Espero o teu amor Louco e exótico como quer ser
Provar néctar e sal da alvura despida de veste e alma
Sibilar e dançar a dança do Eros em meio ao etéreo
Pagão assim como é a natureza
Os primitivos instintos perdidos dentre a evolução
Será isso então o pecado? Quão doce é este pecar?
Base do meu desejo e perdição?!
Não serão muitas luas necessárias para nos descobrir
Até que caiamos nos braços de Morfeu
 Ou mesmo que sejamos injustiçados
Por olhos julgadores que nos atirem ao Hades
A mim não há arrependimentos
Será apenas o longo som da noite

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Nada de superficial Eu sou mesmo é piegas De andar de mãos dadas na rua E fazer declarações de amor Nada de deixar rolar Se for pra ser que seja já Que seja beijo e abraço E um preguiçoso domingo no parque Eu quero tudo mesmo Excessivo, intenso À moda antiga Pois, pra quê deixar o sonho voar Se a gente pode viver o sonho Não só sonhar? Olhar no olhar e se ver, Se encontrar Nada melhor que se dar! Há forma mais bela de se entregar Se não a de amar? Porque se deixar preso em medos, anseios Passados entrecortados de dor Condenando as surpresas boas do presente? Enquanto chorar a porta que fechou diante de si Não verá o céu azul e os raios de sol Da nova porta que se abriu Nada de se privar Todos nós temos o direito À muitas chances de errar Uma hora, numa tarde qualquer De onde menos se espera Vamos acertar

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Sobre o tempo

As pessoas julgam o tempo algo substituível e deixam ele correr como se fossem imortais. Trocam momentos especiais na ideia de que outros virão como se dominassem o destino ou mesmo a morte.

sábado, 28 de setembro de 2013

Ser supérfluo...olhar apenas o que está fora, o que é belo, o que é passageiro, não se pode olhar no espelho que verá a idade, a velhice, as rugas no rosto e nas mãos e não verá nada além, pois não teve tempo de jamais enriquecer a alma. Pobres almas daqueles que se alimentam do que nada levarão.